O gaslighting é uma forma de violência psicológica que podem estar presente nos relacionamentos afetivos. É caracterizado pela criação de feridas emocionais através de mentira e manipulação, em geral para se esquivar de situações desfavoráveis ou para se engrandecer.
Através da omissão, distorção de informações ou criação de mentiras um dos parceiros cria inseguranças e medos no outro. Com isso, a vítima passar a duvidar de si mesma e assume a responsabilidade pelos conflitos na relação. Em casos extremos, a pessoa passa a duvidar da própria sanidade.
Tanto homens quanto mulheres pode praticar o gaslighting nos relacionamentos. No entanto, é um comportamento, em sua maioria, praticada pelo sexo masculino. A intenção de quem pratica gaslighting é sempre a obtenção de benefícios para si mesmo.
As manipulações recorrentes afetam o psicológico da vítima, já que passa a ficar sempre a mercê do parceiro, buscando por prever o que ele pensa e por aprovação de suas escolhas. É possível que familiares e amigos tentem alertar, mas dificilmente a pessoa consegue compreender que o problema está no outro.
O gaslighting é uma forma de violência com poder alto de arruinar o amor-próprio e saúde mental das vítimas, que se tornam prisioneiras do relacionamento abusivo.
Como identificar o gaslighting?
Normalmente, por ser praticado de maneira sutil, as pessoas tendem a ter dificuldade para identificar o gaslighting nos relacionamentos. A vítima pode desenvolver esgotamento psicológico e depressão, sendo incapaz de perceber a gravidade do comportamento do parceiro abusivo.
O afeto sentido pelo parceiro costuma atrapalhar o julgamento já que a vítima pode se sentir tentada a criar justificativas para o comportamento negativo desta pessoa. Por isso, é bastante válido considerar os comentários de amigos e familiares. A opinião dessas pessoas pode ser útil para perceber a realidade abusiva da relação.
Outra maneira de identificar o gaslighting é refletindo e questionando-se sobre quais são as emoções despertadas pela postura e discurso do parceiro. São positivas ou te provocam algum tipo de mal-estar ou desconforto?
A recorrência de mentiras ou alegações duvidosas também é um fator decisivo. Se for frequente, é possível que a pessoa seja uma vítima do gaslighting. Se, na tentativa de esclarecer dúvidas através do diálogo, o parceiro tentar sempre mostrar que a vítima está errada ou confusa, buscando a desresponsabilização pelo comportamento questionável, pode ser o veredito para determinar se o gaslighting está presente.
Atenção: É importante saber que, apesar de existirem pessoas que têm prazer em causar desconforto no outro, também há pessoas que são incapazes de admitir os próprios erros puramente por insegurança. Diferente do parceiro abusivo, que tem insegurança, consegue admitir suas falhas na terapia ou em conversas mais profundas.
Outra questão importante é que o gaslighting pode ir além de relacionamentos românticos, ou seja, também pode ser praticado por familiares, amigos, colegas de trabalho e chefes.
Como agir se eu for uma vítima?
O primeiro passo é buscar apoio de pessoas próximas e ajuda psicológica para reconstruir a sua autoestima. Além disso, é importante compreender que, por mais amor e afeição que você sinta pelo parceiro, a atitude está errada e merece ser questionada.
Converse com o parceiro sobre o comportamento dele e exponha seus sentimentos. Pode também, sugerir uma terapia de casal. Existe a chance de o comportamento manipulador não ser reconhecido ou nunca admitido. Com isso, é necessário avaliar os sentimentos sobre a relação e as ambições futuras. É preferível permanecer infeliz numa relação saturada ou viver com qualidade com um parceiro agradável?
A terapia pode ser bastante útil no processo de desapego de um parceiro abusivo e para restaurar o amor-próprio. Ter uma rede de apoio alivia emoções negativas e evita recaídas, muito comuns em situações como essa.
