HomeRH Avaliação Psicossocial

Assegurar a saúde física dos trabalhadores é apenas um dos aspectos a ser considerado no ambiente corporativo. Outro ponto importante, regulamentado por uma série de normas do Ministério do Trabalho, reforça o cuidado com a saúde mental, especialmente no caso de trabalhadores que atuam em profissões que podem oferecer maior risco para si ou para a sociedade.

Atividades em ambientes de risco exigem muito mais cuidados pelo trabalhador, o que pode acarretar maior esforço mental e gerar desgaste psicológico, esgotamento e estresse. Dessa forma, assim como as pessoas são submetidas à avaliação física para verificar se estão aptas a trabalhar em uma empresa, elas também precisam estar com condições emocionais adequadas para atuarem.

Para analisar esses fatores, é necessário a realização da avaliação psicossocial. Ela é obrigatória para empregados que exercem cargos em espaços confinados, alturas, manuseio de inflamáveis, entre outras situações de risco descritas nas seguintes Normas Regulamentadoras:

  • NR-20: integrantes que exerçam qualquer trabalho que envolva o manuseio ou contato (direto ou indireto) com materiais inflamáveis e combustíveis.
  • NR-33: profissionais que trabalham em espaços confinados, com meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.
  • NR-34: trabalhadores em indústria de construção, reparação e desmonte naval.
  • NR-35: atividades realizadas em qualquer ambiente com diferença superior a 2,0 metros do nível da superfície de referência.
  • NR-10: atividades que envolvam instalação elétrica e eletricidade.
  • NR-11: trabalhadores que realizam transporte, armazenamento e manuseio de materiais e cargas.

Quem pode realizar a Avaliação Psicossocial?

A avaliação psicossocial pode ser realizada por psicólogos e médicos habilitados a atestar a saúde do trabalhador para a emissão do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). Vale ressaltar, no entanto, que para uma avaliação completa e segura, é preciso ir além de simples avaliações comportamentais. Para compreender as condições do trabalhador ao lidar com ambientes de risco, é preciso analisar não só a vida profissional, mas também considerar aspectos da vida pessoal e fatores sociais. Daí a importância da atuação de um psicólogo nesta avaliação, já que ele tem instrumentos necessários para compreender aspectos da inteligência emocional, autoconhecimento e perceber como as pessoas tendem a usar adequadamente suas emoções diante das adversidades do dia a dia.

Por que as empresas devem realizar a Avaliação Psicossocial?

Caso a empresa não realize a avaliação psicológica, ela estará sujeita a multas, indenizações trabalhistas e demais penalidades estabelecidas pelo Ministério do Trabalho. Porém, é importante lembrar que, além dos riscos fiscais, empresas que investem na saúde mental do trabalhador também podem evitar afastamentos de trabalho e demissões, o que pode contribuir significativamente para a redução de custos a longo prazo. A saúde mental dos colaboradores é crucial para o desenvolvimento de qualquer empresa, diminuindo riscos trabalhistas e também melhorando o clima organizacional e qualidade de vida.

Mitos e verdades sobre a Avaliação Psicossocial

Apesar de ser obrigatória para certas atividades, muitas empresas não dão a devida importância para a avaliação psicossocial. É comum a aplicação de formulários simples, sem que se aprofunde nas questões emocionais do trabalhador, já que muitas organizações temem uma possível alta na taxa de inaptos. A verdade, porém, é que, ainda que a empresa tenha uma taxa negativa, é por meio da avaliação periódica que ela poderá compreender os fatores internos que podem prejudicar a saúde mental de seus colaboradores e buscar melhorias, garantindo maior segurança para o seu ambiente.

Além disso, existem diversos modelos de avaliação psicossocial que podem ser utilizados, a depender das expectativas e exigências de cada empresa. Cabe a cada organização procurar especialistas no assunto que poderão desenvolver instrumentos de pesquisa que se adequem a sua realidade, abrangendo toda a cultura organizacional e os riscos a que os trabalhadores estão expostos.

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